A partir da adolescência começou o meu namoro com as motocicletas. Todo dia eu passava na frente da loja da Suzuki, na minha cidade natal, quando ia e voltava da escola,. Na época (segunda metade da década de 70) todas as motocicletas disponíveis no mercado (e não eram muitas) eram importadas. Confesso que desde aquele momento sempre tive um flerte com as Suzukis (na época a 125 e outra, que pelo que lembro era uma 250 cc); mas só agora, mais de 30 anos depois esse flerte virou casamento. Também havia na minha cidade revendas da Yamaha e da Honda. Na Yamaha as motos que havia eram a cinquentinha (ainda a importada) e uma trail de 100 cc. Na Honda havia a 125 cc importada (precursora da CG, hoje Titan) e depois a 250 e a 360 cc (essa também sempre foi uma paixão, nunca realizada).
Mas minha primeira motocicleta foi mesmo uma CG 125. Era a primeira Honda nacional, no final dos anos 70 (a primeira motocicleta nacional da Yamaha foi uma cinquentinha... e a Suzuki só nacionalizou modelos muito mais tarde). A CG vinha nas cores azul e laranja. Comprei a azul e tirei os decalcos do tanque; mais tarde coloquei uma carenagem que era encaixada na frente da motocicleta e amarrada nos piscas. Não sabia pilotar e não tinha carteira, nem de carro. Cheguei na loja, no sábado após a compra para buscá-la. O Brandt (o mêcanico da loja, meu amigo e irmão até hoje) me deu as principais orientações; recebi o manual e um guia de direção defensiva. Sai andando. A tarde fui para uma estrada de chão batido e comecei a aprender a pilotar, sozinho. Também foi com ela que tirei a minha carteira e cai o primeiro tombo... entrei um pouco acima da velocidade recomendada em uma curva em que o calçamento estava coberto de areia; danos para ela; eu sai apenas com arranhões leves. Passado mais de um ano, em uma crise financeira da família tive de vendê-la. Mas a primeira a gente nunca esquece. Foi uma ótima companheira. Com ela namorei, fui trabalhar na cidade vizinha, fiz amigos com os quais encontrava nos finais de semana e passeava, ia praia e cometia algumas imprudências, o que é próprio da idade.
Um comentário:
É sempre bom relembrar da primeira motocicleta! De lembrar da minha dá até arrepios! Hahahaha
Enfim, ótimo blog!!
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