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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

EXPEDIÇÃO CHILE - DIÁRIO DE BORDO 15

EXPEDIÇÃO CHILE – Diário de Bordo 15
(8-12 de janeiro de 2018 – San Pedro de Atacama: restaurantes e cafés)

Como a cidade possui dezenas de restaurantes optamos por solicitar no hotel a indicação, ou pelo menos a contraindicação (aqueles que não seriam recomendáveis). Nosso hotel ficava a apenas duas quadras da Caracoles, a rua principal e onde está a base do comércio, das agências de turismo e dos pontos gastronômicos. A primeira orientação dada foi de que déssemos preferências aos restaurantes que estão na Caracoles; como insistimos em indicações mais precisas, nos disseram que preparariam uma lista e nos dariam depois... a lista que nos foi entregue posteriormente na recepção continha 5 nomes: Adobe, La Estaka, La Casona, Blanco e Delicias de Carmen. Na primeira caminhada pela Caracoles encontramos os 4 primeiros muito próximos um do outro... estão todos num espaço de menos de 100 metros. O quinto está em uma rua transversal, a duas quadras da Caracoles, também muito próximo. Como nossa estada em San Pedro inclui 5 dias e 5 noites decidimos que iríamos a todos os indicados, um em cada dia da semana. Os comentários abaixo incluem, além deles, outros locais aos quais fomos; a sequência é cronológica, considerando a ordem em que os visitamos.

CAFÉ SALON – no dia em chegamos acabamos almoçando depois das 16:00 horas; então optamos por um lanche. Olhando da rua achamos esse café interessante. Entramos e olhamos o balcão e o cardápio. Eles servem lanches rápidos, semelhantes aos baurus brasileiros; também há tortas de frutas (é uma massa recheada de frutas), quiches e outros lanches... e possuem uma pequena máquina de café espresso (um ponto bastante positivo em um país que serve Nescafé sem nenhum pudor). Pedimos dois lanches (um de carne e queijo e outro de carne, queijo e salada); estavam bem preparados e gostosos... e eram enormes. Queríamos uma bebida sem açúcar e a única opção era uma soda, que acabamos tomando... apenas depois percebemos que havia suco natural de abacaxi. Voltamos novamente ao mesmo café no dia seguinte a noite; queríamos algo rápido porque estávamos muito cansados. Chegamos em torno de 21:30; a cozinha já havia fechado. Pedimos dois espressos duplos, um com leite (cortado) e outro puro, duas tortas de maça e uma quiche de presunto com legumes. Tudo aprovado. É um lugar bem legal para um café ou um lanche.

BLANCO – no nosso primeiro dia em San Pedro tínhamos agendado o Tour Astronômico e precisávamos comer em lugar que servisse de forma rápida. Primeiro entramos no La Casona; encontramos um ambiente muito gostoso, com música de piano. Então decidimos que esse restaurante ficaria para um dia em que tivéssemos tempo para curtir, comer devagar e tomar um bom espumante ou vinho. Fomos em seguida ao restaurante que fica ao lado, o Blanco. Sentamos e perguntamos ao garçom se o serviço era rápido e nos foi dito que sim. Então ficamos; pedimos uma cerveja Cristal para tomar enquanto aguardávamos (queríamos experimentar a principal marca chilena)... é uma pilsen mais leve e adocicada; melhor ficar com as nossas conhecidas Stella Artois (para quem gosta mais leve) e Heineken (para quem gosta mais amarga). Foi servida uma entrada de pães com um molho picante (lembra o nosso vinagrete, mas inclui também pimentão e pimenta); essa entrada é servida praticamente em todos os restaurantes e não é cobrada. Quanto aos pratos, a Sandra pediu salmão; eu, que como apenas carnes vermelhas, não tive muita escolha e tive de pedir o único prato de carne bovina do cardápio: estrogonofe servido com batata cozida... que quando chegou era um belo “lomo” (o nosso contrafilé) ao ponto, coberto por um molho picante com champignon servido sobre uma cama de meias batatas cozidas (com casca). Ambos os pratos foram servidos em aproximadamente 15 minutos e estavam muito gostosos. O ambiente é pequeno e simples, mas muito limpo e organizado; aceita cartão de crédito e não disponibiliza Wi-fi. Depois de visitarmos todos os restaurantes podemos afirmar que foi o melhor custo-benefício; os pratos estavam bonitos e deliciosos e com preços menores que opções similares ofertadas nos demais.

DELICIAS DE CARMEN – no nosso segundo dia em San Pedro decidimos almoçar em outro dos restaurantes que nos foram indicados, o Delicias de Carmen. Como tínhamos passeio a tarde, a partir das 15:00 horas, e retornaríamos tarde e cansados a opção era almoçar bem... a noite dependeria de como estivéssemos (além de que para o passeio do dia seguinte pediram que não consumíssemos carne vermelha e álcool a noite). Quando entramos no restaurante o que apareceu à nossa frente foi a cozinha, o que nos causou uma certa estranheza... mas nos dirigindo para a direita adentramos o local em que estão as mesas, que é amplo e organizado. Fomos prontamente atendidos e nos trouxeram uma entrada bastante semelhante à servida no restaurante anterior. O cardápio oferece várias opções com preços que estão dentro dos padrões e lembra, em parte, os restaurantes peruanos. Pedimos dois pratos com carne vermelha (era almoço)... novamente não havia muitas opções com carne bovina; pedimos um carne em tiras a “pil pil” acompanhada de arroz e o outro de batata frita (para depois compartilharmos ambos... e foi ótimo que tenha sido assim... as quantidades de batata e de arroz eram bastante grandes). A carne, neste caso, era preparada em um molho bastante picante e cortada em cubos de tamanho médio, feitos no ponto de cozimento certo. Muito delicioso... mas a Sandra, que não está acostumada a molhos apimentados, acabou ficando um pouco incomodada a noite e no dia seguinte. Para acompanhar pedimos um suco natural de abacaxi sem açúcar (o suco só é servido em pequenas jarras; não há a opção de copo). É um bom restaurante, com bom serviço e aceita cartões de crédito... e como os anteriores não disponibiliza Wi-Fi. O tempo para servir foi um pouco mais longo que no anterior, mas nada em excesso (depois de irmos a todos podemos afirmar que o tempo do Blanco é que foi menor do que os demais; o tempo de atendimento deste foi o mesmo dos que frequentamos posteriormente).

LA CASONA – como havíamos planejado, em nosso terceiro dia fomos jantar em La Casona, onde há música ao vivo com um pianista. A primeira observação é que se desejam apreciar a música devem ir cedo; chegamos antes das 21:00; em torno de 22:00 horas a música acabou... não sabemos se é assim diariamente ou se foi apenas nesse dia. Quanto ao cardápio, as opções são em bom número e lembram mais as dos restaurantes argentinos; os preços estavam no mesmo patamar dos demais (podemos afirmar que os preços foram semelhantes em todas as cidades chilenas que visitamos, considerando restaurantes de mesmo padrão de qualidade). Pedimos salmão com fritas e “lomo” com arroz; também uma salada mista. Para acompanhar um espumante chileno e água sem gás. Foi servida basicamente a mesma entrada dos restaurantes anteriores. Os pratos estavam ótimos, mas demoraram um pouco mais para ser servidos do que no Blanco... nada que fosse excessivo... além disso, quando se vai a um restaurante com música ao vivo e se pede um espumante se deseja um tempo para apreciar a música e a bebida. O restaurante aceita cartão de crédito e não disponibiliza Wi-Fi. É uma boa indicação; o atendimento é muito gentil e educado e o local é bonito e confortável.

ADOBE – o Adobe, considerado por muitos o melhor restaurante de San Pedro, foi o nosso escolhido para o almoço do nosso quarto dia na cidade. Tínhamos tour a tarde, retornando já no início da noite; e no dia seguinte teríamos passeio na madrugada... portanto comida leve e sem bebida alcoólica à noite e um bom restaurante para o almoço. Fomos muito bem recebidos e acomodados; o garçom que nos atendeu foi muito gentil e nos prestou todos os esclarecimentos solicitados. A Sandra pediu um salmão acompanhado de batatas, sour cream e alfaces refogadas; eu pedi um “lomo” malpassado com fritas e salada mista (pedi para trocar o tomate por cebola na salada e fui prontamente atendido). Para beber pedimos suco de melão (eles servem em copo) e coca-zero. Os preços estão na mesma faixa dos demais e também aceitam cartão de crédito; da mesma forma não disponibilizam Wi-Fi. Ao final ofereceram sobremesa e café espresso; não pedimos sobremesa, mas fizemos questão do espresso (que não nos foi cobrado)... pela primeira vez desde que estamos no Chile tomamos um espresso de verdade, bem feito, com espuma e encorpado... só esse fato já merece uma nota de destaque para o Adobe. Uma observação final: no salão principal há um espaço a céu aberto onde há um objeto parecido com uma pira, mas próximo ao chão; quando passamos por ali em uma noite anterior vimos que ela é usada para fazer uma pequena fogueira que aquece o ambiente do Atacama onde as temperaturas caem à noite.

CASA DE PIEDRA – na nossa penúltima noite em San Pedro escolhemos um restaurante que também é pizzaria e que tem entrada pela Caracoles, mas que fica no meio da quadra. O atendimento foi muito atencioso e prestativo como em todos os demais. O espaço é muito bonito e há duas pequenas fogueiras dentro do ambiente, o que o torna quente e aconchegante. Pedimos uma pizza grande de dois sabores... serviram muito rápido, acreditamos que em no máximo 10 minutos. A Sandra tomou um café com leite e eu uma Coca Zero... no dia seguinte teríamos passeio às 4:30 da manhã e precisamos dormir cedo. Além disso é o passeio onde vamos enfrentar a maior altitude, não sendo recomendável comer alimentos pesados e beber álcool. A pizza é feita com massa finíssima e pouca cobertura... fica muito leve e saborosa. É um ótimo local para quem busca uma refeição mais rápida. Além de pizzas, servem café, lanches e pratos de carne vermelha, frango, peixes e frutos do mar... cardápio bem variado... entre os aperitivos não pudemos deixar de notar a presença da caipirinha. Gostamos muito e recomendamos... além do excelente atendimento e da qualidade da pizza, possui Wi-Fi disponível para os seus clientes (e funciona)... e tem um custo benefício melhor que a maioria dos demais que frequentamos.

PAATCHA – em nosso último dia em San Pedro tivemos disponibilidade para almoçar e jantar com calma. Da nossa lista de restaurantes a serem testados faltava apenas um; resolvemos deixa-lo para o jantar. Então fomos almoçar em um restaurante que fica muito próximo dos demais em já tínhamos estado, o Paatcha. Como estávamos cansados do passeio do dia, para o qual acordamos às 4:00 horas, resolvemos pedir logo... para variar pedimos “lomo” e salmão acompanhados de arroz e fritas. Vale uma observação sobre essa opção: os pratos mais elaborados, com molhos chilenos, equatorianos ou peruanos, regra geral incluem temperos aos quais não estamos habituados e são bastante picantes. Como no início da semana, primeiro eu e depois a Sandra, acabamos tendo alguns “distúrbios” digestivos depois de ingerir carne preparada com molho, temos optado por carnes grelhadas e acompanhamentos simples. Um conselho que sempre é dado a quem viaja para grandes altitudes é evitar comidas muito condimentadas. Esse restaurante nos trouxe algumas surpresas. A primeira delas foi a entrada: pequenos pastéis servidos com um molho picante de carne... diferente dos demais e mais saboroso. A segunda ficou por conta do “lomo”. No Chile todos os cortes do contrafilé são denominados de “lomo”, não importa de que região ele tenha sido tirado (dianteiro, meio ou traseiro do contrafilé). Com isso o contrafilé comum (bife de chorizo) não é diferenciado do entrecote (bife ancho), que é um corte mais nobre... e eu fui premiado com um belo entrecote, grelhado no ponto exato; foi a melhor carne que comi em San Pedro. O Salmão, segundo a Sandra, estava bom e bem cozido... mas visualmente nos pareceu um porção pequena comparada com o que serviram nos demais restaurantes. Como todos os demais, aceita cartão de crédito... disponibiliza Wi-Fi, mas como optamos por não usar não podemos opinar sobre a qualidade do sinal. É uma boa opção e os preços estão na média.

LA ESTAKA – nosso último jantar em San Pedro de Atacama foi no La Estaka. Ele o Adobe são, dentre os que frequentamos, os que possuem melhor apresentação estética e qualidade de instalações. Diria, desde logo, que são opções interessantes se for um jantar romântico. Como no final da tarde tínhamos tomado cerveja e no dia seguinte iríamos levantar cedo para pegar a estrada em direção à Purmamarca formos jantar cedo, um pouco depois da 20:00 horas, e com a decisão de evitar bebidas alcóolicas... e foi o que fizemos. A Sandra pediu um risoto de camarões equatorianos e eu pedi um “lomo” a la estaka. O risoto, segundo ela, estava ótimo; de minha parte achei a carne um pouco dura e com acompanhamentos no mínimo diferentes: uma meia berinjela assada com uma cobertura doce, arroz empanado servido frio, parecendo um croquete, com uma cobertura semelhante com “a milanesa” e um molho picante; não pediria novamente, mas a escolha foi minha (quis experimentar... quando se faz isso, às vezes se acerta e às vezes se erra). O próprio “chef” trouxe os pratos; a apresentação dos pratos, em especial o “lomo”, estava impecável. O atendimento foi muito bom, o ambiente é muito bonito e agradável, os preços estão na média dos demais, aceita cartão de crédito e tem internet (que conecta, mas não funciona).

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Agora, depois de falarmos um pouco sobre cada um dos restaurantes e cafés nos quais estivemos, vamos finalizar esse diário com um conjunto de dicas e informações gerais que abrangem todos eles e muito provavelmente todos os demais que existem na cidade.

TEMPEROS – é comum na cozinha chilena e também na peruana, muito apreciada no Chile, a presença da pimenta nos molhos em geral. Se você tem problemas com esse condimento é bom sempre perguntar se ele está presente no alimento antes de realizar o pedido. E tenha cuidado com a ingestão de alimentos com muito tempero; normalmente são muito picantes e isso pode trazer alguns problemas na altitude, principalmente se você tiver uma digestão mais delicada.

CARNE VERMELHA – praticamente só há como opção o “lomo” (nosso contrafilé); e não possui a mesma qualidade de carne e de preparo que temos no Sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai. Se você gosta de peixes e frutos do mar, o Salmão e os Camarões Equatorianos são opções bem melhores. Não comemos frango e nem porco; então não podemos opinar sobre essas opções.

COUVERT (ENTRADA, APERITIVO) – todos os restaurantes visitados para almoço ou jantar serviram basicamente o mesmo couvert, com exceção do Paatcha: pão e um molho semelhante ao vinagrete, mas mais picante; essa entrada não foi cobrada em nenhum deles; alguns também serviram manteiga.

GORJETAS – todos sugeriram 10% de “propina”; o pagamento não é obrigatório, mas é um costume em todos os restaurantes que frequentamos na Argentina e no Chile (e também no Uruguai, onde estivemos no verão passado). Sempre pagamos, juntamente com a conta, porque em todos os restaurantes frequentados o atendimento que nos foi dado foi muito atencioso e prestativo.

PREÇOS – faixa de preços, em pesos chilenos e sem a inclusão da “propina”, de almoço ou jantar para um casal (duas pessoas): (a) dois pratos acompanhados de água, refrigerante ou suco: de $ 250.000 a $ 300.000; (b) dois pratos acompanhados de água e uma garrafa de vinho ou espumante: de $ 450.000 a $ 550.000 (depende muito da escolha do vinho ou espumante); e (c) uma opção mais em conta, como lanches ou pizzas, acompanhados de água, refrigerante ou suco: de $ 90.000 a $ 120.000. Regra geral os pratos são individuais; em alguns restaurantes há pratos específicos indicados para compartilhar, ou seja, para duas pessoas. Para converter os preços para Reais, na data desta postagem, o cálculo se fazia cortando os 3 zeros do valor em pesos e multiplicando por 6. Essa foi a mesma média de preços que encontramos em Santiago, Copiapó e Antofagasta... mas a comida dos restaurantes de San Pedro é, regra geral, mais simples (o que não significa pior); comemos melhor em Santigo.

CARTÕES DE CRÉDITO – todos os restaurantes e cafés em que estivemos aceitavam cartões de crédito.


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INTERNET – dos restaurantes frequentados apenas o Casa de Piedra, o Paatcha e o La Estaka possuíam e disponibilizavam Wi-Fi; esse é um diferencial que pode fazer diferença para quem está fora do país e precisando se comunicar com a família (mas nem sempre a rede funciona; se o motivo da escolha do restaurante for esse, peça para testar antes). De outro lado, ficar sem acesso à internet e realizar as refeições sem estar de olho no celular o tempo todo pode ser bem interessante... se conversa mais e se curte mais o lugar.

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