EXPEDIÇÃO CHILE – Diário de Bordo 9
(5
de janeiro de 2018 – Santiago / La Serena / Copiapó)
Acordamos
cedo... já tínhamos deixado as malas prontas na noite anterior... tomamos nosso
café, preparamos sanduíches para levar junto (nosso almoço na estrada); a
experiência até agora tinha sido de pouquíssimas opções de locais para comer
nas estradas argentinas e chilenas. Também levamos água, caixinhas de suco e os
tabletes de chocolates, sementes e amêndoas sobrantes que já vinham conosco
desde o Brasil (compramos vários saquinhos pequenos, de 40 gramas, e trouxemos
em uma caixinha térmica... essa caixinha nos acompanha sempre que vamos para
estrada).
Na
saída de Santiago, em torno das 8:00 horas, pegamos a via errada (em alguns
locais da capital chilena há um emaranhado de ruas, elevados e túneis que são
confusos para quem não conhece... e nem sempre, nessas situações, a imagem do
GPS fica tão evidente em razão das sobreposições). Rodamos uns 10 minutos até
conseguirmos retornar e pegar a pista correta. É necessário muito cuidado nesse
aspecto; as autopistas chilenas possuem pouquíssimos retornos; se você errar o
caminho pode ter de rodas quilômetros e quilômetros para conseguir realizar voltar
e retomar a estrada ou sentido correto. A pista é excelente, sem nenhum buraco
(sequer há remendos)... mas há pedágios, muitos pedágios; no trecho até La
Serena são 5, e não são baratos (em reais, pagamos pedágios que variaram de R$
12 a R$ 24); portanto é absolutamente necessário, para rodar no Chile, que você
tenha com você Pesos Chilenos (os pedágios não aceitam moedas estrangeiras).
Como dizem os próprios chilenos: no Chile tudo de paga.
Chegamos
em La Serena próximo das 13:00 horas. A estrada, além da qualidade, também
permite uma velocidade de 120 km/h; então o trecho de Santiago a La Serena, de
460 km, parece mais curto do que efetivamente é. Entramos na cidade e nos
dirigimos para o hotel reservado... começamos as ser guiados em uma direção que
nos afastava da rodovia e do mar, por uma região que nos parecia um tanto
estranha; quando chegamos ao local ficamos um pouco receosos; estacionei o
carro em frente, do outro lado da rua; apenas eu fui até a pousada; a Sandra
ficou no carro.
Fui
recebido, mostraram as acomodações e indaguei sobre onde colocar o carro (claramente
não havia local junto ao hotel); ligaram para o proprietário que me explicou
que seria em uma rua paralela na mesma posição do hotel e que teria um custo
adicional. Solicitei à pessoa que me atendeu a senha do Wi-Fi, que me foi prontamente
disponibilizada... então entrei no Booking e verifiquei que era possível
cancelar a reserva, sem custos, até às 18:00 horas. Agradeci a atenção que me
dispensaram e informei que iria conversar com minha companheira e almoçar. No
carro conversamos, eu e Sandra, e decidimos não ficar... embora tenha sido
muito bem atendido e o ambiente estivesse limpo e organizado, o quarto era
pequeno, a vaga para o carro era longe, e o hotel ficava longe dos
restaurantes. Decidimos também não ficar em La Serena; como era cedo, optamos
por rodar até Copiapó (mais uns 320 km), que originalmente seria nossa parada
do dia seguinte.
Abastecemos
o carro na saída da cidade e pegamos novamente a Rota 5... que continuou
excelente e com vários pedágios (foram mais 4). E com o mesmo problema:
ausência de locais para tomar um café e comer (já tínhamos comido nossos
sanduíches no trecho anterior, um pouco antes de chegar em La Serena). Em um
determinado trecho da estrada avistamos um restaurante bem simples, mas com
vários carros estacionados. Paramos para tomar um café e usar os banheiros;
como tinha Wi-Fi, aproveitmos para buscar onde ficar em Copiapó. O hotel que
tínhamos reservado para o dia seguinte não tinha disponibilidade para nos
receber um dia antes... mas ainda permitia o cancelamento sem custos.
Cancelamos e fizemos reserva em outro, o Atacama Suítes.
Chegamos
em Copiapó próximo das 18:00 horas. O GPS, para variar, não nos levou à
localização exata do hotel; desde o início temos utilizado as coordenadas
indicadas pelos hotéis no Booking... e, regra geral, há diferenças de
localização... o GPS nos coloca sempre bem próximos, mas não exatamente no
local; neste caso específico, usamos a localização de POI do próprio mapa do
GPS... nos levou à rua correta, mas a várias quadras antes do local; como
tínhamos o número, seguimos em frente até encontrá-lo.
O
Atacama Suítes é uma Apart Hotel de primeira qualidade. Apartamentos de 40 m2,
com vista para a Cordilheira, quarto, sala, cozinha e sacada; além disso possui
piscina, fitness e um excelente restaurante. A garagem para carros e motos é
coberta, com porteiro 24 horas; e fica localizado a 3 ou 4 quadras da praça
central da cidade; se quiser ir a outros restaurantes, é possível ir a pé, em
distâncias de até 1 km. A cidade também possui um cassino, que podíamos
visualizar da sacada do quarto... como estávamos cansados, optamos por jantar
no próprio hotel e descansarmos... foram mais de 800 km rodados nesse dia.
Uma
observação sobre Copiapó: ela é a cidade onde fica a mina que desabou em 2010,
deixando presos 33 mineiros. A cidade é pequena e agradável; todos foram muito
atenciosos conosco; fica cercada pelas Cordilheiras do Mar e dos Andes. É uma
cidade que recomendamos (muito) como local de descanso entre Santiago e
Antofagasta... é possível, inclusive, se você tiver menos tempo para viajar, ir
de Copiapó direto para San Pedro de Atacama... é só sair cedo; serão um pouco
mais de 800 km a serem rodados.
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