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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

RODANDO PELO OESTE AMERICANO (7)

RODANDO PELO OESTE AMERICANO – 19/9/2018
Pós-diário de Bordo 7 – Page
(Monument Valley)

O dia amanheceu mais frio que os anteriores; e a previsão do tempo para o dia incluía chuva no deserto. Levantamos, nos vestimos e descemos para tomar o café. O café estava excelente, no padrão americano. Alimentados retornamos ao quarto para pegar alguns itens necessários para o dia de estrada.
Os acessórios para rodar (joelheiras, luvas, capacetes e jaquetas) ficaram durante toda a viagem na motocicleta: umas das vantagens de rodar com um Ultra Limited é exatamente as amplas malas com chaves. Também já estavam nas malas as capas de chuva, lá colocadas já no primeiro dia.
Esse foi um dia diferente porque retornamos ao mesmo hotel, em Page. A saída foi pela manhã, no horário padrão (com o atraso padrão), retornando para o mesmo local da partida... com isso tivemos um dia sem necessidade arrumar as malas.
O trajeto (https://goo.gl/maps/KP9KDv4Eqcq) do dia foi de aproximadamente 400 quilômetros (ida e volta), rodando por paisagens deslumbrantes do Arizona até chegar ao Monument Valley National Park, já no estado de Utah.
O primeiro ponto que queremos deixar registrado é que rodar por essas estradas do Arizona foi um retorno aos tempos de criança. A cada trecho lembranças dos filmes de cowboy assistidos nos anos 1960 e 1970... de John Wayne e dos Westerns (faroestes) que embalaram nossa infância (minha muito mais do que da Sandra). Mas a imagem que mais me vinha a mente era de um filme recente: Cowboys e Aliens; a explicação provável é que além de ele se passar integralmente nessa região, foi assistido há muito menos tempo.
O segundo ponto a ser destacado nesse dia foi o tempo: frio e chuva no deserto do Arizona. Nos outros dias rodamos com tempo muito seco, com baixa umidade do ar; e com temperaturas que chegaram aos 41,5ºC. Já o quarto dia rodado de motocicleta nos trouxe chuva, vento e uma temperatura que chegou aos 11,5ºC.
Quando saímos do hotel o tempo já estava um pouco mais fresco do que de costume. Mas foi na estrada que a chuva nos alcançou e a temperatura caiu. Eu e Sandra, seguindo a orientação recebida da HT, tínhamos levado capas de chuva; e isso fez diferença. A temperatura baixa, com chuva e vento, traz um grande desconforto físico se você não estiver devidamente protegido. Acabamos usando apenas as jaquetas de chuva; as pernas, considerando que usamos joelheiras o tempo todo, estavam bem protegidas.
Mas quando olhava para os demais motociclistas do grupo, muitos de camiseta, me colocava no lugar deles e chegava a sentir o frio cortante e o quanto eles deveriam estar sofrendo, em especial aqueles que estavam em motocicletas menos protegidas (as Ultra Limited possuem aquecedor de manoplas e o morcegão e as os depósitos do líquido do radiador existentes no mata-cachorro protegem bastante do vento e mesmo da chuva).
Dessa situação ficou a confirmação de que devemos sempre carregar na motocicleta (e/ou no corpo) os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários. Em períodos mais frios uma opção é rodar com roupas especiais, de cordura (com ou sem forro térmico, dependo da temperatura), que servem tanto para aquecer quanto para proteger das intempéries. É o que fazemos regularmente, com exceção do verão, quando usamos uma roupa mais leve e levamos junto as capas de chuva.
Retornado ao passeio em si: esse foi um dia que realizamos o sonho de muitos, conhecer e rodar pelo EUA, entre os estados de Arizona e Utah, em pleno deserto, vislumbrando a cada trecho as imagens que no passado tínhamos visto nas telas de cinema. Foi o dia em que mais curtimos a paisagem que nos abraçava enquanto a motocicleta acelerava em meio ao nada. Será um dia ficará para sempre em nossas lembranças. Além disso foi um momento raro: poucos são os viajantes que poderão contar que rodaram de motocicleta no Deserto do Arizona com frio e chuva.
Próximo ao meio dia chegamos ao nosso destino, o Navajo Tribal Park (https://navajonationparks.org/tribal-parks/monument-valley/), no estado de Utah. Lá tiramos muitas e muitas fotografias; não sabemos se foram as mais bonitas, mas com certeza foram as mais marcantes da etapa da viagem realizada sobre duas rodas.















O Parque Monument Valley da Nação Navajo é um dos mais majestosos e mais fotografados locais do planeta. Esse grande vale possui esculturas naturais de arenito que se elevam a alturas de 120 a 300 metros, emolduradas por nuvens que projetam suas sombras no chão do deserto.
Depois da longa sessão de fotos almoçamos no próprio local, no restaurante que fica no Centro de Visitantes. Comemos belos hambúrgueres... só para manter o hábito... kkkk... Depois do almoço vagamos um pouco pela loja de souvenires que há no local, onde compramos camisetas e imãs de geladeira. Entretanto, o que mais chamou nossa atenção foram as joias (ou semijoias) artesanais produzidas pelos Navajos, que são os administradores do local. Belíssimas... da mesma forma os preços.


Saindo da loja, mais algumas fotografias, um breve descanso, e a chuva chegando. Fomos todos para o estacionamento para pegarmos as motocicletas, a estrada, e retornarmos ao hotel. Colocamos as jaquetas das capas de chuva para nos proteger; a chuva da tarde foi mais longa e forte do que a que pegamos pela manhã. No retorno a mesma beleza e as mesmas lembranças... apenas agora com menos Sol.


No meio da tarde tivemos uma parada para abastecimento das motocicletas e para fazer um lanche rápido. Depois rumamos para o hotel, onde se repetiu a recepção de sempre: cerveja gelada e Jack Daniels. O Bourbon aqueceu o corpo e a alma, em especial daqueles que sofreram com o frio e a chuva sem a proteção adequada.
Para a noite decidimos jantar com o restante no grupo em uma “churrascaria” tradicional americana. Fomos praticamente os últimos a chegar ao restaurante, que estava lotado. Tivemos que aguardar na fila. Quando conseguimos sentar e fomos fazer o pedido, praticamente todas as opções do cardápio já estavam esgotadas. Tivemos de pedir o prato que restava disponível; e cerveja. Além disso, sentamos parte externa do estabelecimento, em um espaço coberto de lona e plástico; e estava um pouco frio.































Depois de jantar ficamos um tempo conversando com os companheiros de viagem, mas não muito. A opção foi retornar cedo para o hotel onde um espumante californiano nos aguardava no quarto. A qualidade dos vinhos e espumantes produzidos nos EUA foi uma surpresa extremamente positiva. Consumimos várias garrafas, regra geral a noite, nos quartos dos hotéis. São bem mais baratos nas lojas de bebidas do que nos bares e restaurantes; e são uma ótima opção para fechar a noite e relaxar. 

E assim se encerrou nosso penúltimo dia da parte motociclística da viagem. No dia seguinte retornaríamos para Las Vegas.

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