RODANDO
PELO OESTE AMERICANO – 24/9/2018
Pós-diário
de Bordo 11 – Fresno - San Francisco
(Yosemite National Park)
Acordamos
cedo e fomos tomar café no hotel, não era tão vip como o do dia anterior, mas
havia um número razoável de opções. Em seguida retornamos ao quarto para
pegarmos nossas bagagens e pegarmos a estrada.
A Sandra estava bem mais
disposta, sem sintomas de gripe e com a zonzeira do dia anterior superada. Com
as malas prontas nos dirigimos à recepção, entregamos as chaves e nos dirigimos
ao carro, tiramos então as últimas fotos na cidade, em frente ao hotel.
Antes
de sairmos de Fresno, passamos em um posto de combustíveis e completamos o
tanque. O trajeto do dia seria longo, de Fresno
a San Francisco (https://goo.gl/maps/M5MPHvXGRKR2), passando pelo Yosemite National
Park, perfazendo no total aproximadamente 480 km, melhor não correr riscos. Nas estradas
americanas não vimos muitos postos como no Brasil, em geral, eles estão nas
entradas das cidades e não às margens das rodovias como estamos acostumados.
Lembrava a realidade que havíamos encontrado na Argentina e no Chile, mas
nestas as cidades e vilarejos estavam mais próximas.
Rodamos
aproximadamente 150 km, em mais de duas horas, até chegarmos à entrada do Yosemite National
Park (https://www.nps.gov/yose/index.htm). A temperatura média do dia estava prevista para ficar
entre 15 e 18ºC; muito diferente da temperatura dos dias anteriores, acima dos
30ºC e chegando mesmo a passar de 40ºC. Por esse motivo deixamos nossas
jaquetas a mão; teríamos de usá-las dentro do parque, quando saíssemos do
carro.
Sobre o parque, difícil decidir o que
escrever; não há palavras que pareçam plenamente adequadas para descrever o que
sentimos quando nele estivemos. Yosemite
é um dos lugares mais lindos que já visitamos em nossas vidas (impactou-me no
mesmo patamar de Matchu Pitchu) e não
foi apenas a beleza natural; foi, em especial, a energia do local, a paz e a
harmonia que nos transmitiu. Qualquer descrição será incapaz de transmitir o
que sentimos durante o período em que rodamos de carro e caminhamos dentro do
parque.
A estrada que corta Yosemite margeia as montanhas e
possui alguns túneis. A mata inclui também sequóias (ou árvores semelhantes,
pertencentes à mesma família), mas não tão grandes como as vistas no dia
anterior. Há no trajeto alguns mirantes para observar a natureza e tirar
fotografias. E na parte baixa, no vale, há restaurantes e centros de
atendimento ao turista (como em todos os demais parques americanos).
O grande destaque deYosemite é El Capitan Meadow
(https://www.yosemite.com/what-to-do/el-capitan/), uma montanha com laterais íngremes e verticais. Ele ocupa
uma das laterais do vale. Diferentemente dos outros parques, onde entramos em
uma extremidade e saímos em outra, neste a estrada tem a forma de um grampo – a
entrada e a saída são razoavelmente próximas: entra-se até o vale onde se faz
um giro de praticamente 360º e retorna-se por outra estrada, paralela àquela
pela qual se ingressou. Esse paralelismo não significa lado a lado em termos
visuais; a distância entre as pistas é razoavelmente grande e praticamente não
se avista uma estando na outra, inclusive porque estão em altitudes diversas em
grande parte do trajeto e existe um rio que as separa.
Como estávamos em Yosemite
no horário do almoço, optamos por realizar nossa refeição ali mesmo. Antes disso
passamos na loja de souveniers, mas não compramos nada. Já havíamos
anteriormente estado em uma outra, antes de chegarmos ao vale; nessa primeira
loja eu havia comprado um ursinho peludo para levar a minha filha e um urso
esculpido em maneira para nossa estante da sala, além do tradicional imã de
geladeira.
Saímos da loja e nos dirigimos à fila
que havia no restaurante/lanchonete do local. Havia várias alternativas e
combinações de hambúrgueres, mas nesse dia decidimos finalmente experimentar um
legítimo Hot Dog americano (aquele
pão com uma salsicha no meio que aparece nos filmes e desenhos animados,
servido sem nenhum outro adicional e sem molho). São disponibilizadas algumas
opções de molho, mas estão colocadas em separado, em grandes potes self service; você pega um copinho e
coloca o que desejar: maionese, catchup, pimenta e mostarda; as opções variam
de lugar para lugar. As bebidas também funcionam no sistema self service; você escolhe o tamanho do
copo na hora da compra e depois se serve nas máquinas de gelo e de
refrigerantes.
Foi um almoço muito legal. Pagamos
nossos lanches, esperamos a vez de sermos servidos, pegamos os molhos e
refrigerantes e fomos nos sentar ao ar livre. Há mesas espalhadas na rua, sob
as árvores - nesse dia almoçamos junto à natureza, em
plena harmonia.
Concluído o nosso almoço,
aproveitamos para passear um pouco pelo local. Como já dissemos anteriormente,
a energia é contagiante. Mesmo escrevendo agora este pós-diário, lembramos
desse dia e sentimos a energia do local nos envolvendo. É um lugar mágico.
Antes de visitar Yosemite, nossa grande expectativa era pelas Sequóias Gigantes. Não há como negar que elas são deslumbrantes,
maravilhosas; mas Yosemite possui um
encanto que nos marcou a alma e o coração... além de nos fazer lembrar dos
desenhos do Zé Colmeia – embora essa animação se passe em Yellowstone, bastante distante de Yosemite, o fato de vermos o tempo todo as placas avisando sobre a
possibilidade da presença de ursos, bem como indicações de que não deveríamos
alimentá-los, remetiam-nos aos desenhos animados assistidos na infância; o
formato do parque e das mesas de piquenique reforçavam as imagens guardadas em
nossas memórias.
Por mais que quiséssemos prolongar
nossa estada no parque, a estrada nos aguardava. Precisávamos retornar ao carro
e prosseguir viagem. A ideia era chegar em San
Francisco antes do final da tarde para evitar o trânsito mais pesado e
também para não correr o risco de ter que encontrar o hotel já ao anoitecer.
Na estrada, à medida que nos
aproximávamos de San Francisco, o
número de pistas e a velocidade dos carros começaram a aumentar. A tensão
aumentou um pouquinho. Procuramos andar nas pistas mais à direita, mas não a
externa (essa muitas vezes levava a um ingresso compulsório em uma outra
estrada, o que nos tiraria do nosso trajeto). Quase na chegada passamos pela entrada
na qual deveríamos ter ingressado; não havia como retornar; seguimos em frente,
com cuidado redobrado, seguimos o GPS e ao mesmo tempo observando as placas. Em
pouco tempo estávamos chegando à ponte que fica mais ao norte de San Francisco e que era a mais próxima
do nosso destino. Nosso hotel ficava ao lado da Golden Gate Park (https://sfrecpark.org/parks-open-spaces/golden-gate-park-guide/), de frente para o Oceano Pacífico.
Estávamos em San Francisco! Atravessamos a ponte, mas na saída novamente pegamos
o caminho errado. O GPS recalculou a rota e nos fez atravessar parte do centro
da cidade, levando-nos ao sul e fazendo o contorno do Lake Merced (https://sfrecpark.org/destination/lake-merced-park/) para então acessarmos a pista que segue pela
costa do Oceano Pacífico, o que nos levou ao hotel, o Rodeway Inn & Suites Ocean Beach (https://www.choicehotels.com/california/san-francisco/rodeway-inn-hotels/caf19?source=gyxt).
A escolha desse hotel foi realizada,
ainda no Brasil (reservamos todos os hotéis pelo Booking), considerando preço e
localização. Os hotéis do centro, mais conceituados, são extremamente caros.
Esse hotel ficava próximo da Golden Gate,
o principal cartão postal da cidade. Ao chegarmos, percebemos que ele era um
pouco menos atraente do que nas fotografias; mas não podíamos mais cancelar.
Descemos e fomos direto à recepção, bastante simples, mas com atendimento muito
cordial e atencioso e em espanhol, o que facilitou a nossa comunicação.
O hotel era no estilo dos motéis
americanos, com as portas para o pátio, garagem externa e acesso ao segundo piso
(onde era o nosso quarto) por escada. Com as chaves em mãos, pegamos as
bagagens e subimos as escadas. Abrimos o quarto e percebemos que as acomodações
eram amplas e confortáveis, embora um pouco velhas, mas havia frigobar,
cafeteira e forno micro-ondas.
De banho tomado e descansados,
retornamos à recepção para solicitar algumas informações: restaurantes nas
proximidades, ônibus turísticos (sistema hop-on
hop-off). De posse das informações percebemos que poderíamos ir jantar a
pé; e que no dia seguinte poderíamos também deslocarmo-nos a pé até o ponto
onde pegaríamos o ônibus da Big Bus (https://www.bigbustours.com/en/san-francisco/san-francisco-bus-tours/). Há várias empresas de turismo que oferecem o
serviço; mas na pesquisa pela internet escolhemos essa, que parecia ser a maior
e que nos permitiria visitar com um pacote de dois dias todos os locais
desejados. Compramos os passes pelo aplicativo disponível na Apple Store.
À noite saímos do hotel para jantar
no The Beach
Chalet Brewery & Restaurant (https://www.beachchalet.com/#new-page), um dos restaurantes mais conhecidos da cidade - pelo menos pela
pesquisa que fizemos na internet – situado na extremidade Oeste do Golden
Gate Park, a menos de 500 metros
do nosso hotel.
Chegamos ao restaurante, optamos por
um dos pratos mais tradicionais da casa, um Prime Rib completo, com diversos
acompanhamentos. Para beber, escolhemos um vinho californiano. O prato era
muito bem servido, mas a denominação nos induziu ao erro. Quando se pede um
Prime Rib se espera que venha o contrafilé com o osso da costela; para ser mais
exato, com uma das ripas da costela entre a 6ª e a 12º (segundo alguns, entre a
6ª e a 10ª). A carne era sem osso e cozida, bastante cozida; macia e com um
tempero razoável. Mas não era o que conhecemos por Prime Rib e, com certeza, um
prato que não iríamos repetir.
Concluído o jantar, o restaurante já
estava praticamente vazio; ficamos aguardando alguém nos atender para pedirmos
a conta, mas ninguém veio até a nossa mesa. Então nos levantamos e fomos em
direção a um dos garçons e solicitamos nossa conta pagamos, sem gorjeta é
claro; um restaurante com as referências positivas que esse possui não pode
oferecer um atendimento descuidado como o que tivemos.
Saímos do restaurante e caminhamos em
direção ao hotel. A noite estava fresquinha, agradável para caminhar. No hotel
fomos deitar-nos e descansar; tínhamos pela frente dois dias para conhecer o
básico de San Francisco.
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