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terça-feira, 24 de setembro de 2019

RODANDO PELO OESTE AMERICANO (11)


RODANDO PELO OESTE AMERICANO – 24/9/2018
Pós-diário de Bordo 11 – Fresno - San Francisco
(Yosemite National Park)



Acordamos cedo e fomos tomar café no hotel, não era tão vip como o do dia anterior, mas havia um número razoável de opções. Em seguida retornamos ao quarto para pegarmos nossas bagagens e pegarmos a estrada. 
A Sandra estava bem mais disposta, sem sintomas de gripe e com a zonzeira do dia anterior superada. Com as malas prontas nos dirigimos à recepção, entregamos as chaves e nos dirigimos ao carro, tiramos então as últimas fotos na cidade, em frente ao hotel.
Antes de sairmos de Fresno, passamos em um posto de combustíveis e completamos o tanque. O trajeto do dia seria longo, de Fresno a San Francisco (https://goo.gl/maps/M5MPHvXGRKR2), passando pelo Yosemite National Park, perfazendo no total aproximadamente 480 km, melhor não correr riscos. Nas estradas americanas não vimos muitos postos como no Brasil, em geral, eles estão nas entradas das cidades e não às margens das rodovias como estamos acostumados. Lembrava a realidade que havíamos encontrado na Argentina e no Chile, mas nestas as cidades e vilarejos estavam mais próximas.
Rodamos aproximadamente 150 km, em mais de duas horas, até chegarmos à entrada do Yosemite National Park (https://www.nps.gov/yose/index.htm). A temperatura média do dia estava prevista para ficar entre 15 e 18ºC; muito diferente da temperatura dos dias anteriores, acima dos 30ºC e chegando mesmo a passar de 40ºC. Por esse motivo deixamos nossas jaquetas a mão; teríamos de usá-las dentro do parque, quando saíssemos do carro.
Sobre o parque, difícil decidir o que escrever; não há palavras que pareçam plenamente adequadas para descrever o que sentimos quando nele estivemos. Yosemite é um dos lugares mais lindos que já visitamos em nossas vidas (impactou-me no mesmo patamar de Matchu Pitchu) e não foi apenas a beleza natural; foi, em especial, a energia do local, a paz e a harmonia que nos transmitiu. Qualquer descrição será incapaz de transmitir o que sentimos durante o período em que rodamos de carro e caminhamos dentro do parque.
A estrada que corta Yosemite margeia as montanhas e possui alguns túneis. A mata inclui também sequóias (ou árvores semelhantes, pertencentes à mesma família), mas não tão grandes como as vistas no dia anterior. Há no trajeto alguns mirantes para observar a natureza e tirar fotografias. E na parte baixa, no vale, há restaurantes e centros de atendimento ao turista (como em todos os demais parques americanos).







O grande destaque deYosemite é El Capitan Meadow (https://www.yosemite.com/what-to-do/el-capitan/), uma montanha com laterais íngremes e verticais. Ele ocupa uma das laterais do vale. Diferentemente dos outros parques, onde entramos em uma extremidade e saímos em outra, neste a estrada tem a forma de um grampo – a entrada e a saída são razoavelmente próximas: entra-se até o vale onde se faz um giro de praticamente 360º e retorna-se por outra estrada, paralela àquela pela qual se ingressou. Esse paralelismo não significa lado a lado em termos visuais; a distância entre as pistas é razoavelmente grande e praticamente não se avista uma estando na outra, inclusive porque estão em altitudes diversas em grande parte do trajeto e existe um rio que as separa.
Como estávamos em Yosemite no horário do almoço, optamos por realizar nossa refeição ali mesmo. Antes disso passamos na loja de souveniers, mas não compramos nada. Já havíamos anteriormente estado em uma outra, antes de chegarmos ao vale; nessa primeira loja eu havia comprado um ursinho peludo para levar a minha filha e um urso esculpido em maneira para nossa estante da sala, além do tradicional imã de geladeira.
Saímos da loja e nos dirigimos à fila que havia no restaurante/lanchonete do local. Havia várias alternativas e combinações de hambúrgueres, mas nesse dia decidimos finalmente experimentar um legítimo Hot Dog americano (aquele pão com uma salsicha no meio que aparece nos filmes e desenhos animados, servido sem nenhum outro adicional e sem molho). São disponibilizadas algumas opções de molho, mas estão colocadas em separado, em grandes potes self service; você pega um copinho e coloca o que desejar: maionese, catchup, pimenta e mostarda; as opções variam de lugar para lugar. As bebidas também funcionam no sistema self service; você escolhe o tamanho do copo na hora da compra e depois se serve nas máquinas de gelo e de refrigerantes.
Foi um almoço muito legal. Pagamos nossos lanches, esperamos a vez de sermos servidos, pegamos os molhos e refrigerantes e fomos nos sentar ao ar livre. Há mesas espalhadas na rua, sob as árvores - nesse dia almoçamos junto à natureza, em plena harmonia.
Concluído o nosso almoço, aproveitamos para passear um pouco pelo local. Como já dissemos anteriormente, a energia é contagiante. Mesmo escrevendo agora este pós-diário, lembramos desse dia e sentimos a energia do local nos envolvendo. É um lugar mágico.
Antes de visitar Yosemite, nossa grande expectativa era pelas Sequóias Gigantes. Não há como negar que elas são deslumbrantes, maravilhosas; mas Yosemite possui um encanto que nos marcou a alma e o coração... além de nos fazer lembrar dos desenhos do Zé Colmeia – embora essa animação se passe em Yellowstone, bastante distante de Yosemite, o fato de vermos o tempo todo as placas avisando sobre a possibilidade da presença de ursos, bem como indicações de que não deveríamos alimentá-los, remetiam-nos aos desenhos animados assistidos na infância; o formato do parque e das mesas de piquenique reforçavam as imagens guardadas em nossas memórias.




Por mais que quiséssemos prolongar nossa estada no parque, a estrada nos aguardava. Precisávamos retornar ao carro e prosseguir viagem. A ideia era chegar em San Francisco antes do final da tarde para evitar o trânsito mais pesado e também para não correr o risco de ter que encontrar o hotel já ao anoitecer.




Na estrada, à medida que nos aproximávamos de San Francisco, o número de pistas e a velocidade dos carros começaram a aumentar. A tensão aumentou um pouquinho. Procuramos andar nas pistas mais à direita, mas não a externa (essa muitas vezes levava a um ingresso compulsório em uma outra estrada, o que nos tiraria do nosso trajeto). Quase na chegada passamos pela entrada na qual deveríamos ter ingressado; não havia como retornar; seguimos em frente, com cuidado redobrado, seguimos o GPS e ao mesmo tempo observando as placas. Em pouco tempo estávamos chegando à ponte que fica mais ao norte de San Francisco e que era a mais próxima do nosso destino. Nosso hotel ficava ao lado da Golden Gate Park (https://sfrecpark.org/parks-open-spaces/golden-gate-park-guide/), de frente para o Oceano Pacífico.
Estávamos em San Francisco! Atravessamos a ponte, mas na saída novamente pegamos o caminho errado. O GPS recalculou a rota e nos fez atravessar parte do centro da cidade, levando-nos ao sul e fazendo o contorno do Lake Merced (https://sfrecpark.org/destination/lake-merced-park/) para então acessarmos a pista que segue pela costa do Oceano Pacífico, o que nos levou ao hotel, o Rodeway Inn & Suites Ocean Beach (https://www.choicehotels.com/california/san-francisco/rodeway-inn-hotels/caf19?source=gyxt).
A escolha desse hotel foi realizada, ainda no Brasil (reservamos todos os hotéis pelo Booking), considerando preço e localização. Os hotéis do centro, mais conceituados, são extremamente caros. Esse hotel ficava próximo da Golden Gate, o principal cartão postal da cidade. Ao chegarmos, percebemos que ele era um pouco menos atraente do que nas fotografias; mas não podíamos mais cancelar. Descemos e fomos direto à recepção, bastante simples, mas com atendimento muito cordial e atencioso e em espanhol, o que facilitou a nossa comunicação.
O hotel era no estilo dos motéis americanos, com as portas para o pátio, garagem externa e acesso ao segundo piso (onde era o nosso quarto) por escada. Com as chaves em mãos, pegamos as bagagens e subimos as escadas. Abrimos o quarto e percebemos que as acomodações eram amplas e confortáveis, embora um pouco velhas, mas havia frigobar, cafeteira e forno micro-ondas.
De banho tomado e descansados, retornamos à recepção para solicitar algumas informações: restaurantes nas proximidades, ônibus turísticos (sistema hop-on hop-off). De posse das informações percebemos que poderíamos ir jantar a pé; e que no dia seguinte poderíamos também deslocarmo-nos a pé até o ponto onde pegaríamos o ônibus da Big Bus (https://www.bigbustours.com/en/san-francisco/san-francisco-bus-tours/). Há várias empresas de turismo que oferecem o serviço; mas na pesquisa pela internet escolhemos essa, que parecia ser a maior e que nos permitiria visitar com um pacote de dois dias todos os locais desejados. Compramos os passes pelo aplicativo disponível na Apple Store.
À noite saímos do hotel para jantar no The Beach Chalet Brewery & Restaurant (https://www.beachchalet.com/#new-page), um dos restaurantes mais conhecidos da cidade - pelo menos pela pesquisa que fizemos na internet – situado na extremidade Oeste do Golden Gate Park, a menos de 500 metros do nosso hotel.
Chegamos ao restaurante, optamos por um dos pratos mais tradicionais da casa, um Prime Rib completo, com diversos acompanhamentos. Para beber, escolhemos um vinho californiano. O prato era muito bem servido, mas a denominação nos induziu ao erro. Quando se pede um Prime Rib se espera que venha o contrafilé com o osso da costela; para ser mais exato, com uma das ripas da costela entre a 6ª e a 12º (segundo alguns, entre a 6ª e a 10ª). A carne era sem osso e cozida, bastante cozida; macia e com um tempero razoável. Mas não era o que conhecemos por Prime Rib e, com certeza, um prato que não iríamos repetir.
Concluído o jantar, o restaurante já estava praticamente vazio; ficamos aguardando alguém nos atender para pedirmos a conta, mas ninguém veio até a nossa mesa. Então nos levantamos e fomos em direção a um dos garçons e solicitamos nossa conta pagamos, sem gorjeta é claro; um restaurante com as referências positivas que esse possui não pode oferecer um atendimento descuidado como o que tivemos.
Saímos do restaurante e caminhamos em direção ao hotel. A noite estava fresquinha, agradável para caminhar. No hotel fomos deitar-nos e descansar; tínhamos pela frente dois dias para conhecer o básico de San Francisco.

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